terça-feira, 24 de março de 2015

#196 - ANDANTINO. ALLEGRETTO* (Concerto para piano #2, Prokofiev), Dagmar Baloghová / Haochen Zhang

Se eu disser que Prokofiev é um dos meus compositores preferidos, estou a dizer bem. Todo do seu tempo, alia a modernidade, de que foi um dos principais cultores na música, à tradição da grande pátria russa; e o vigor exaltante da força a um privilegiado dom melódico.
Posto a minha gravação do Concerto para piano #2 (1913) pela pianista eslovaca Dagmar Baloghová com a Orquestra Filarmónica Checa, dirigida por um dos seus maiores, Karel Ancerl. Em baixo, o jovem chinês (nascido em 1990) Haochen Zhang com a texana Plano Symphony Orchestra, sob a batuta de Hector Guzman. Isto é muito, muito bom!

Jukebox: «Ooby Dooby»

#195 - THE FAMILY AND THE FISHING NET, Peter Gabriel


Gabriel no auge do experimentalismo, soprando flautas etíopes com Peter Hammil (haverá muito mais no álbum seguinte), e a desapiedada dissecação do himeneu.
Em baixo, Peter no ano passado em Munique. Em 45 anos de música (o primeiro dos Genesis foi gravado em 1968), não perdeu o dom da teatralidade que encorpa a sua música.

domingo, 22 de março de 2015

#194 - AS LONG AS THE PRICE IS RIGHT, Dr. Feelgood

Uma das minhas bandas preferidas, a primeira que vi ao vivo, no Dramático de Cascais, em 1979. Oriundos do Essex, tocavam os blues com um arreganho punk. Já está no outro mundo o seu primeiro vocalista, o grande Lee Brilleux, tal como o guitarrista que estamos a ouvir na gravação original, Gypie Mayo, outro músico de mão cheia.

Jukebox: «Puta»


Jukebox: «The Highways Of My Life»


quarta-feira, 18 de março de 2015

Jukebox: «I've Never Been In Love Before»




Jukebox: «And It Stoned Me»


#192 - LOVE HER MADLY, The Doors

Música e letra de Robbie Krieger (o terceiro a contar da esquerda), a propósito dele e da namorada, que devia ser qualquer coisa... (Dá ideia que sim, pela forma como Morrison canta  Yeaaahh, don't you loove heeer?...) Mixed feelings & grande balanço.
Em baixo, vale por vermos Krieger e Manzarek a tocar; já nem tanto pelo boneco articulado madame tussaud. É penoso e era escusado.

segunda-feira, 9 de março de 2015

#190 - APANHEI-TE, CAVAQUINHO (Ernesto Nazareth), Arthur Moreira Lima

Ernesto Nazareth (Rio de Janeiro, 1863-1934), foi um compositor autodidacta, livre, portanto, para pegar na música de salão europeia e dar-lhe um colorido brasileiro, como claramente se ouve nesta polca tocada por Arthur Moreira Lima. Aqui há trópico.

sábado, 7 de março de 2015

#188 - ALL BLUES, Miles Davis

Considerado por muitos o maior álbum de jazz de sempre (o que quer isto signifique), Kind Of Blue (1959) reúne um naipe de assombro: além do próprio Miles (trompete), Cannonball Adderley (sax alto, segundo solo), John Coltrane (sax tenor, o terceiro a solar) e uma secção rítmica do outro mundo: Bill Evans (piano, quarto solo), Paul Chambers (contrabaixo) e Jimmy Cobb (bateria), impressionante nos 11'33'' -- o único sobrevivente desta gravação e que eu tive a sorte de ver tocar, no Estoril, há alguns anos.
Em baixo, Miles Davis superstar aos 65 anos, em França, em 1991, ano que foi também o da sua morte. Pontificam Chick Corea (piano) e Dave Holland (contrabaixo), mas atenção também aqui ao trabalho do baterista, Al Foster, forçosamente diferente do de Cobb. Aliás, não se pode comparar a filigrana sonora permitida pelo conforto do estúdio com o resultado dum concerto ao ar livre para milhares de pessoas. O melhor é ouvir os dois.

quinta-feira, 5 de março de 2015

#187 - BROTHERS IN ARMS*, Dire Straits

O álbum até é mauzote, mas a música que lhe dá o título, e o encerra, vale por todas. Composta por ocasião da Guerra das Falkland / Malvinas, reflecte sobre a maldade absoluta dos conflitos armados. (Quanto a mim, estando de acordo, não deixo de sublinhar que pode haver, e há, guerras justas, mas isso não é para aqui chamado, agora). Knopfler, talvez o grande guitar hero da sua geração, tornou lancinante a guitarra, como só o medo e a morte.
Em baixo, por ocasião do 70º aniversário de Nelson Mandela, então preso havia 24 anos, um nobilíssimo ser humano que quando foi preciso, quando foi forçado, pegou em armas para travar o bom combate. Clapton aparece no fim. O momento é belo, solene e comovente.

quarta-feira, 4 de março de 2015

#186 - ALABAMA SONG (WHISKY BAR)*, The Doors

Directamente duma ópereta do Brecht e Weill para o primeiro álbum dos Doors, sem passar por nenhum bordel ou café-concerto, mas o desconjunto mantêm-se. Adoro, nem perguntem porquê.
Em baixo, versão encurtada, ao vivo no Hollywood Bowl.

segunda-feira, 2 de março de 2015

#185 - HORSE LATITUDES, The Doors

O terror na infância vem de onde menos se espera, dos sítios mais anódinos, e raramente os pais se apercebem. Umas vezes o trauma transfigura-se em arte; noutras não.

domingo, 1 de março de 2015

#184 - CHATTANOOGA CHOO CHOO, Glenn Miller Orchestra

Sobre comboios e música, da popular à erudita, muito haveria que contar, por pena bem informada. Quanto a mim, deixo este excerto de Sun Valley Serenade (1941), para o qual a música foi concebida, e registo o diálogo dos metais, as apóstrofes das madeiras, o esplêndido swing da secção rítmica, os arranjos vocais para os Modernaires e Tex Beneke, e o sapateado...

#183 - L'APPRENTI SORCIER (Paul Dukas), Mata / Jurovsky / Stokowski

Um soberbo divertimento  do francês Paul Dukas, datado de 1897 -- e que moderno ele continua... --, a partir de Goethe.
Primeiro, o meu disco: Eduardo Mata com a Orquestra Sinfónica de Dallas; depois a gravação ao vivo da Orquestra Sinfónica de Moscovo -- Filarmónica Russa, dirigida por Mikhail Jurovsky; finalmente, Mickey, pois então!, que o globalizou pela imaginação de Disney, sendo que o rato é dirigido por Leopold Stokowski para Fantasia (1940), nesta célebre curta de animação realizada por James Algar.