terça-feira, 28 de outubro de 2014

#122 - COUNTDOWN, John Coltrane / The Graeme Wilson Quartet

Precedido duma introdução quase marcial da bateria, um lençol sonoro de Coltrane, durante algum tempo acompanhado apenas pelos pratos, depois bombo e por fim tarola; cadência do piano e aceleração de Paul Chambers, no contrabaixo, a segundos do fim, com citação de Tune Up , de Miles Davis.
Em baixo, o combo de Graeme Wilson.

#121 - DIAMOND SMILES*, The Boomtown Rats / Bob Geldof

A veia satírica de Geldof tinha piada, mas o que me interessava nos Boomtown Rats era mesmo a sua grande música. E ao vivo eram extraordinários (escrevi sobre o seu concerto no Pavilhão do Dramático de Cascais, em 1981, creio...). The Fine Art Of Surfacing,1979: muito bem produzido, todo bom. É um dos meus discos.
Em baixo, só Geldof, em 2005. Mais giro com os Rats.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

#120 - EARTHRISE, Camel / La Ruta de la Seda

O rock progressivo não era para amadores. Cilindrado pelo punk rock em 77, e com alguma razão (mas isso é uma história que não cabe aqui), deu a melhor música de fusão que alguma vez se ouviu. Eu, que cresci a ouvir os Camel, entre outros, e fui apanhado teenager pelo niilismo do no future, nunca optei, e ainda hoje presto culto a uns e a outros. 
Este instrumental, «Earthrise» (Latimer & Bardens) é bem demonstrativo dessa tentativa de fusão de músicos de mão cheia: o diálogo entre a guitarra e as teclas é arrebatador, o suporte da secção rítmica é perfeito. Os nomes: Andrew Latimer (guitarra), Peter Bardens (teclados), Andy Ward (bateria) e Doug Ferguson (baixo). E em baixo, La Ruta de la Seda, banda espanhola de homenagem aos Camel. E vejam o puro gozo dos músicos. Isto não é mesmo para amadores.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

#119 - ALL THAT YOU HAVE IS YOUR SOUL, Tracy Chapman


Her mama told her -- o enlevo entre a harmónica e o violoncelo, na calmaria afectuosa das guitarras. Numa delas está o Neil Young.


domingo, 19 de outubro de 2014

#118 - 1000 STARS, Big Country

Guitarras como gaitas-de-foles. Big Country, banda escocesa do malogrado Stuart Adamson, que ainda pude ver em Cascais, poucos anos antes, com os Skids. Guitarras como gaitas-de-foles.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

#117 - AND WHEN I DIE*, Blood Sweat & Tears

Versão do original de Laura Nyro, em tom western, por esta grande banda de fusão, que, à medida que avança, introduz um som mais bluesy. E, para mim, David Clayton-Thomas é um dos grande vocalistas de sempre da música popular anglo-americana. Oiçam-no, em estúdio e ao vivo (no Japão, em baixo, em excelente pareceria com Steve Katz, na harmónica).

terça-feira, 14 de outubro de 2014

#116 - ÇA FAIT D'EXCELLENTS FRANÇAIS, Maurice Chevalier

Canção de motivação e elogio à República Francesa e ao patriotismo dos concidadãos, que ultrapassava as diferenças ideológicas. Da esquerda à direita, todos estavam unidos para defender o país. O avanço alemão foi o que se sabe, rápido e devastador. O carácter bonacheirão do cantor e da sua soldadesca ficava em cacos em face da disciplina e do poderio das armas da Alemanha hitleriana, sem graça nenhuma, porém eficazes. Para a banda sonora da drôle de guerre.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

#115 - ACROSS THE LINES, Tracy Chapman

Uma pequena jóia da magnífica Tracy Chapman, como um mecanismo de relojoaria em que tudo se conjuga e acerta: a voz, a percussão, o baixo, a letra.

domingo, 12 de outubro de 2014

#114 - CAN'T FIND MY WAY HOME, Blind Faith

Já haviam vencido quando chegaram (Steve Winwood, Eric Clapton, Ginger Baker e Ric Grech) e rapidamente de foram. Blind Faith é o único álbum dos Blind Faith. A personalidade melódica de Winwood é muito reconhecível neste tema.

#113 - BACKWATER BLUES, Big Bill Broonzy / Bessie Smith & James P. Johnson

Tema da grande Bessie Smith, recriado por Broonzy; blues do sul negro e profundo.
Em baixo, BBB filmado em Itália.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

#112 - 32-20 BLUES, Eric Clapton / Robert Johnson / Colin Hodgkinson

Me And Mr Johnson (2004) é um excepcional disco de Clapton, só com versões do mítico Robert Johnson.
32-20 Blues, ela passou a noite fora e ele está por aqui e vai resolver o assunto a tiro. É a dor do corno. 
Em baixo, no baixo, e que baixo!, Colin Hodgkinson, outro nome antigo do british blues.  

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

#111 - ADAGIO*, do Concerto #1 para piano de Brahms, Barenboim & Barbirolli / Kissin & Temirkanov

Diz-se que o Adagio deste primeiro Concerto para piano de Brahms é em intenção de Schumann, seu mentor, falecido enquanto o hamburguês trabalhava na composição desta peça. Mas não posso deixar de ver (ouvir) reflectido o duplo drama do grande respeito e afecto por Robert e a paixão pela mulher deste, também compositora, Clara.
Reproduzo a gravação de Barenboim e Barbirolli com a New Philharmonia Orchestra, aquela que possuo (de 1967). Em baixo, Evgeny Kissin e Yuri Temirkanov, com a Orquestra Filarmónica de São Petersburgo.

 

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

#110 - BALL AND CHAIN, Big Brother & The Holding Company / Big Mama Thornton

Para começar, Cheap Thrills (1968) dos Big Brother & The Holding Company, soberba combinação do acid-rock da Costa Oeste com os blues sulistas, seria sempre um dos álbuns que levaria para a ilha deserta. Janis Joplin está enorme, inultrapassável. Apetecia escrever que foi a maior cantora branca da América no século passado, se conhecesse todas as cantoras brancas da América no século passado. Mas sei  que está entre as maiores. (Outra razão para levá-lo para a ilha: a capa do divino Robert Crumb.)
Ball And Chain, tema de Big Mama Thornton, teve uma segunda e eterna vida com a versão desta pérola que se chamou Janis, e Big Mama ficou-lhe grata, por isso, e com mais dinheiro também.
Em baixo, a muito conhecida actuação no Festival de Monterey, Janis revela-se ao mundo. Jimi Hendrix, no início do filme, (a)parece sem saber ainda o que está para vir e para ver; no fim, Mama Cass Elliot, boquiaberta e rendida. É tudo para ouvir, e muitas vezes.


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

#109 - BECO DO TISO, Eugénia Melo e Castro & Wagner Tiso

Eugénia Melo e Castro é única (acho que ainda é). Em 1982 dava o tiro de partida com este tema de Kleiton Ramil, faixa de abertura de Terra de Mel, gravado no ano anterior. É incrível o que ela, então novíssima, conseguiu; por isso digo que foi única (acho que ainda é). O Brasil era já de há muito uma superpotência musical, e ela aposta, grava e insiste. O dueto com Tiso na RTP é incrível, oiça-se quando ele sola e ela acompanha com a voz. É grande música.

sábado, 4 de outubro de 2014

#108 - A BIA DA MOURARIA, Carminho

Este fado tem tudo para que eu o deteste. Mas a Carminho canta tãobemtãobemtãobem, mas tão bem, e aquela voz ginga duma maneira tal, que tenho de postá-lo aqui (do álbum Fado, 2009).