Standard absoluto de W. C. Handy, reconhece-se à partida o inconfundível pulmão de Satchmo.
O acompanhamento inicial, clarinete, trombone, piano, suave, a realçar ainda mais a trompete, que entra, aos 1'21'' numa cadência caribenha (matéria para quem saiba de música e etnomusicologia...)
Segue-se o embalo para preparar a voz quentíssima de Velma Middleton. O diálogo entre Velma e Louie, primeiro voz e trompete, depois voz e voz, é extraordinário. O solo de Bigard, por volta dos cinco minutos, acompanha o início da disputa entre o casal, quando a conversa degenera, entra veemente, aos 7 minutos, o trombone de Trummy Young. No final, parte-se a loiça toda, trompete e trombone polemizam, o piano de Billy Kyle parece entornar as teclas, como se num desenho animado americano da época de ouro. Um break de Barrett Deems parece acabar com a conversa.
Faixa #1 de Louis Armstrong Plays W. C. Handy (1954). L. A., trompete e voz; Trummy Young, trombone; Barney Bigard, clarinete; Arvell Shaw, contrabaixo; Barrett deems, bateria; Velma middleton, voz. LP CBS.
[actualizo (ando um bocado à nora com este blogue...) para postar uma actuação em Itália, 1959]