Composta em 1942, esta peça orquestral funciona como um ímpeto patriótico na chamada às armas do soldado americano contra as potências do Eixo.
O primeiro registo, Eugene Ormandy com a Orquestra de Filadélfia, de 1963, é um dos que possuo; em baixo, James Levine com a Filarmónica de Nova Iorque.
Pode ser uma paródia a certo tipo de comunidades gay, mas nada que se deva levar muito a sério. (Hoje em dia, com a ditadura do politicamente correcto, duvido que ela viesse a lume.) A velha Munique com toada mediterrânica. Não sei se Genet será referido em mais alguma música rock...
O vídeo em baixo tem a particularidade de ser anterior a Making Movies (1980), o álbum que prefiro dos DS, e apresentar ainda David Knopfler, que entretanto abandonará o grupo, não participando já nessa gravação.
Produzido pelo excepcional Steve Lillywhite, esta foi, para mim, a passagem perfeita do prog rock para o punk rock. A música esticava-se, não terminava logo, deixando-nos insaciados. E depois tinha aquelas palavras directas de que andávamos todos a precisar, e era cantado com gana, mais duas guitarras em sobressalto, o baixo inquieto, a bateria rebarbativa. Lembro-me de pelos fins do anos 70 subir a Rua Direita, em Cascais, e ver o cartazes que reproduziam a imagem deste álbum, anunciando um concerto no Pavilhão do Dramático. Não fui vê-los, porra.
Em baixo, em Essen, há uns meses. Estão velhos, mas parecem contentes. Nota: Como pode ler-se na caixa de comentários, fiz confusão com o local dos concertos. Mais um bocadinho e já passaram 40 anos. Porra...
Editada há 52 anos, é daquelas músicas que interpelam as pessoas enquanto houver injustiça e opressão, enquanto o mal, nada metafísico mas bem palpável, persistir entre os homens, enquanto houver quem se arrogue a prerrogativa de pisar quem não tem força para se rebelar. Música para a História, portanto, para a História do Futuro.
Operário numa fábrica de Detroit durante o dia, músico à noite. Hooker foi dos primeiros a electrificar a guitarra nos blues. Esta é uma história de vida, da sua vida quando garoto, que após os cânticos na igreja local, pegava na guitarra e ia animar as festas e os bailes. Parece que a mãe não aprovava.
Nem pelo espanto redentor de estar vivo ou pela alegria da libertação do jugo dos estupefacientes; não foi por isso que resolvi postar esta musiquinha banal, antes pelo solo da guitarra de Joe Perry, no fim. Aliás, o final é todo um programa musical, e de rádio. É tão bom, que tinha de vir parar aqui.
Digamos que é Cash sob o signo da paródia, não apenas pelo humor negro da canção, como pela circunstância de esta alegada balada do verdadeiro oeste ter sido escrita e publicada em 1962 (três anos antes desta versão), pelo multitalentoso Shel Silverstein.
Um professor de inglês e ex-jornalista que devém improvável guitar hero. A guitarra e a técnica de Mark Knopfler, o som retro como sonoridade de marca, uma voz castigada, entre Dylan e J. J. Cale, uma cantiguinha sobre amores juvenis furtivos que abria o primeiro álbum dos Dire Straits (1978).
Em baixo, em Colónia, no ano seguinte.
Não sei se o Kevin Rowland já explicou o que queria dizer com esta letra, incluindo o último verso erm gaélico ou coisa que o valha, mas deve ser sério; porém, como na música o que me interessa, em 90% dos casos, é mesmo a música, direi que esta é uma das minhas valsas, perfeita do canto de Rowland ao solo de Helen O'Hara, da secção rítmica aos coros. Em baixo, no ano da gravação, 1982, que deve ter sido quando os vi na Festa do Avante!, no Alto da Ajuda. (Agora encurtaram o nome para Dexys.)
Tema inescapável de Ary Barroso, envolvendo certa concepção turística de Brasil (um pouco como o nosso «Abril em Portugal»), reinterpretada por João Gilberto, em 1981. Ler análise excelente aqui. Em baixo, J.G. ao vivo na Globo, no ano seguinte.
Velho standard (1918), tocado e gravado por quase toda a gente. Benny Goodman registou-o várias vezes. Este é de 1945. Goodman ao clarinete, Red Norvo no vibrafone e Teddy Wilson swingam desenfreadamente; e oiça-se o solo de contrabaixo com arco de Slam Stewart em diálogo com o clarinete, e a finalizar em êxtase, Goodman, Norvo e Wilson. É a loucura.
Em baixo, numa homenagem ao mesmo Goodman, em 1991, o excelente Buddy DeFranco (falecido na véspera do último Natal), numa fantástica formação. Vale a pena estar atento à guitarra do veteraníssimo Herb Ellis.
A balada célebre do sensacional Vol. IV (1972 -- também me criei a ouvi-lo). Música do guitarrista Tonny Iommi (aqui ao piano e no mellotron, instrumento prog por excelência) e letra de Geezer Butler (o baixo, e também no mellotron). Piano em posição fetal, mellotron inconsolável. Osbourne, em baixo, a cantá-la.
O grande Gil em 1969 [eu até oiço aqui ecos de Abbey Road, e vice-versa...], despedindo-se a caminho do exílio, e fazendo um manguito aos militares da ditadura brasileira.
Do álbum de 1968 dos irmãos Gibb, Horizontal, música bem carpinteirada. Em baixo, seis anos depois, em Melbourne, magnificamente cantada por Robin Gibb, como sucedera já na gravação original.
O hard rock e o heavy metal foram designações arranjadas pela indústria à maior carga eléctrica que os jovens músicos britânicos da segunda metade da década de 1960 e início da seguinte imprimiram ao british blues, carga essa guarnecida pelos solos instrumentais, em especial da guitarra e da bateria. Dessa malta, em primeiro estavam os Led Zeppelin e depois vinham todos os outros. E na linha da frente desse outros todos contavam-se os Deep Purple, cinco grandes músicos, como se ouve. Black Night é um single de 1970; em baixo, os Purple em Copenhaga, dois anos mais tarde. Eu cresci a ouvir estes gajos e a ouvi-los vou morrer. Ámen.